O "i" está lá
Devem ser pouquinhos, não devem vender o que mereciam vender, estão desfalcados na opinião, perderam uma direcção inteira, no fundo, não vivem num mar de rosas, mas, mesmo assim, a equipa do "i" continua a fazer o melhor diário. E não estou a falar do aspecto (se não sabem, o "i" é o jornal mais catita do mundo), estou a falar da substância. Podemos ler um número do "i" várias dias depois. Por exemplo, li hoje o número de 22 de Abril, e estava lá um dos melhores trabalhos dos últimos tempos: "Portugal, esse velho neurónico" (António Rodrigues e Kátia Catulo). Nesta peça, podemos ver como é patético o pessimismo apocalítico dos portugueses. Patético. Portugal tem o mesmo grau de pessimismo da Líbia e da Serra Leoa. Com ou sem crise, isto revela uma doença terminal na nossa cultura, na nossa autopercepção.