Livro de estilo do jornalismo português: "sim, o Sócrates é mau, mas a direita é uma filha da puta" (III)
1. Há coisas que não se percebem no jornalismo cá da terra. Acabo de ver e ouvir no Telejornal o seguinte: o governador do Banco de Portugal disse que é preciso responsabilizar os titulares de cargos públicos que nos conduziram a este buraco. Não percebi quem é que estava debaixo da mira do governador. Mas, pelo menos, Carlos Costa estava a falar dos gestores públicos. É essa a mensagem mais forte do discurso: prestação de contas. É hora de prestação de contas. Mas aqui, no Negócios, um "relato" do mesmo discurso - assinado pela Lusa - apaga por completo o ponto da prestação de contas. E o título, claro, invoca o tal consenso e não a exigência mui americana de Costa. Desculpem lá, mas começa a ser difícil acreditar.
2. A Lusa existe para agradar ao partido que está no poder? É para isso que serve a Lusa? Já começa a ser demais. Um bocadinho demais.