Há uma coisa que se chama "democracia alemã", onde existem umas pessoas que votam
1. Uma das coisas mais tristes desta "polémica" sobre a Alemanha ("polémica" entre o Sul e Berlim): a malta que critica a Alemanha esquece que a dita Alemanha é uma democracia. A Alemanha não é uma economia que tem de financiar os outros por imperativos técnicos. A Alemanha é um actor político (a tal democracia) e Berlim tem de justificar politicamente os seus actos ao eleitorado alemão. Se o eleitorado alemão se fartar, acaba-se o euro. Merkel não pode simplesmente pegar no dinheiro dos alemães e dizer "olhem, vou ali ao sul pagar a contas daqueles indivíduos morenos". Ela tem de fazer isto com cuidado, ela tem de gerir politicamente os alemães. Portanto, convinha ter um pouco mais de respeito pelo eleitorado alemão, essa criatura que tem razões de sobra para estar lixado com os povos do sul.
2. O "euro" é o acordo político que sustenta a UE. Implicou um trade off histórico: a Alemanha abdicava do marco (que metia medo), e os outros aceitavam cumprir uma série de regras. A Alemanha aceitava fundir com a UE aquilo que restava da sua soberania clássica (que metia medo), mas os outros tinham de cumprir um conjunto de regras. A Alemanha cumprir a sua parte do acordo. Muitos dos outros estados não cumpriram.