Sócrates e a (in)justiça
1. O caso Freeport mostra, mais uma vez, que o Ministério Público é um dos grandes problemas do país: vários procuradores, protegidos pelo seu ilegítimo sindicato, fazem o que querem, e nunca são responsabilizados.
2. Isto é sobre a justiça. Agora, sobre a "responsabilidade política", a conversa é outra. Num país com estruturas institucionais fortes, um ministro do ambiente que deixa um monstro comercial invadir uma área ambiental reservado nunca mais era ninguém. Sucede que, em Portugal, não existe responsabilização política (O parlamento é um sítio para a retórica e não um instrumento de contra-poder, por exemplo; reparem na escandaleira que o PS fez sobre algo que devia ser normal: comissão de inquérito). Sim, o buraco institucional é enorme, mas não podemos aceitar que o MP faça aquilo que a política não faz. Não posso aceitar a via daqueles que querem responsabilizar Sócrates através do MP. A emenda é pior do que o soneto.