Crónica de sábado passado:
Anda por aí um ateísmo de galinheiro. Estou a falar daquela crendice que fica escandalizada com o facto de Lisboa não receber o Papa da mesma forma que recebe o Presidente do Burundi. Estou a falar daquela malta que começa aos pulinhos histéricos quando vê as bandeiras do Vaticano nos autocarros da Carris. E o pior é que esta malta julga que dá pulinhos científicos, isto é, julga que a sua irritação tem certificação científica. São ateus de galinheiro, mas dão-se ares de ateus de laboratório. Este ateísmo saltitão e pseudo-científico é inspirado, entre outros, por Richard Dawkins, um biólogo conhecido pelos seus pulinhos anticristãos (o homem até quer prender o Papa). O ódio anti-religioso de Dawkins é idêntico ao ódio dos analfabetos da 'formiga branca' lisboeta. Nada de grave, diga-se: Dawkins tem todo o direito a trincar tremoços jacobinos em tascas arsenalistas. O problema começa quando Dawkins tenta legitimar esta intolerância com os seus galões de cientista (...)
PS: recomendação de amigo:
The principal source of my melancholy, however, is my firm conviction that today’s most obstreperous infidels lack the courage, moral intelligence, and thoughtfulness of their forefathers in faithlessness. What I find chiefly offensive about them is not that they are skeptics or atheists; rather, it is that they are not skeptics at all and have purchased their atheism cheaply, with the sort of boorish arrogance that might make a man believe himself a great strategist because his tanks overwhelmed a town of unarmed peasants, or a great lover because he can afford the price of admission to a brothel.