V. é um editor português interessado em ensaios de portugueses sobre Portugal? Ensaios a sério e que até dão um murro no estômago das narrativas do costume. Pois bem: é só passar os olhos pela revista Análise Social das últimas, como dizer?, décadas. Estão lá ensaios-que-são-livros. Depois de bem editados, estes ensaios podem dar bons livros em editoras comerciais. Exemplo? José Barreto, "Nacionalizações e a oposição ao Estado Novo", 1999. Com outro título e com outra secura na escrita, este texto seria uma bomba sobre a história das esquerdas portuguesas.

"E o regimen está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional (...) é a coisa mais feia que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português - o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva que, por direito natural, devem alimentar-se"

Fernando Pessoa, Sobre a República

"... tem impedido o controle político do Ministério Público pelas maiorias. Esta real independência política do ministério público é acompanhada por uma (...) cultura de activismo político e social e um entendimento expansivo da "independência" do Ministério Público, defendidos desde 1974 por aqueles magistrados que hoje ocupam o topo da carreira".

Um Pedro Magalhães historiador num artigo de 1995 da Análise Social.

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