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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

13
Nov11

Sobre transportes e afins

Henrique Raposo

Crónica de 3 de Setembro

 

A Ti'Maria e o Álvaro

Caro Álvaro Santos Pereira, eu só utilizo dois meios de transporte: as pernas de maratonista que Deus me deu e os transportes públicos. É verdade, eu tenho a pegada energética mais catita do mundo civilizado. Aliás, nem um pigmeu das savanas é tão anti-carbónico como eu. E, meu caro amigo, só conheço uma pessoa que pode competir comigo neste campeonato: a minha Ti'Maria, o anjo que me ensinou a andar de transportes (ela ainda sabe de cor os trajectos de todos os autocarros da Carris). Bom, e agora o Sôr Ministro pergunta "mas, ó escriba manhoso, por que razão está a falar da sua tia?". Porque esta crónica é, na verdade, um recado mimoso da minha Ti'Maria. Ela está contentíssima consigo. Porquê? Porque finalmente viu implementada a sua velha tese, a saber: como o próprio nome indica, o passe social só deve ser um privilégio dos mais pobres. Mas, como V. Exa. sabe, este princípio foi deturpado, pois toda a gente acedia ao dito passe social. Ou seja, para andar de Metro, um jovem executivo pagava tanto como minha tia. Além de ser injusta, esta falsa igualdade colocou em causa a sobrevivência dos transportes públicos. Toda a gente estava ciente desta realidade insustentável, mas o meu caro Álvaro foi o primeiro a enfrentar este toiro suburbano pelos chifres.

Mas não fique já todo convencidão, caro Álvaro. Há mais injustiças para corrigir. Para começar, não se percebe uma coisa: um reformado com uma pensão de 3 mil euros tem direito a um passe social, que só devia estar disponível para quem tem reformas de 300 euros. Na mesma onda, convém frisar que um estudante com pais abastados também tem direito a um passe social. Será isso justo? Não comece já suspirar, meu caro, porque a conversa ainda não acabou. Por exemplo, V. Exa. devia olhar para as injustiças geográficas. Mesmo com estas atualizações, a população da Grande Lisboa continua a ter preços mais acessíveis do que, por exemplo, a população de Coimbra e arredores. Além de ter um salário ainda mais baixo, uma Ti'Maria de Coimbra tem de pagar mais pelo seu passe social. Portanto, as populações de Coimbra, de Braga, de Faro, etc. é que deviam estar a fazer manifestações contra a forma como os governos protegeram a Grande Lisboa durante décadas. O grito de guerra poderia ser "bem-vindos ao clube, caros  lisboetas".

Meu caro Álvaro, eu não percebo nada de ricos, mas sei alguma coisa sobre pobres. A sua decisão está certa. A Ti'Maria e as Ti'Marias de Coimbra & Cia mandam beijinhos.

13
Nov11

A arrogância desta gente

Henrique Raposo

1. Pedro Dias, director da Biblioteca Nacional, recusa submeter-se a um concurso público e, por isso, abandona o cargo. Justificação? "Tenho CV para aqui estar. Vou concorrer com quem? Com os meus alunos? Alguém com o meu CV não se apresenta a concursos". Querem mais? "Fui o mais jovem académico da Academia de Belas Artes, aos 33 anos. Sou o mais antigo nas áreas do património. Alguém com o meu cv não concorre". E há mais: "Nunca concorri a cargos públicos e não é agora que vou começar".

 

2. Se é tão bom, por que razão tem medo do concurso? Não, não é medo. É a própria ideia do concurso que faz confusão a esta gente. E eu percebo, sim senhora. Como se sabe, não há concursos em regimes aristocráticos.

13
Nov11

Ryan Gosling

Henrique Raposo

 

No Sol, Alexandra Ho disse tudo sobre Nos Idos de Março: "... a brilhante interpretação de Ryan Gosling, capaz de incorporar a inocência e a corrupção na mesma pessoa".

13
Nov11

Os sindicatos que dão a má fama à função pública

Henrique Raposo
Um senhor sindicalista (e nunca fez outra coisa) diz que o PM é surdo e que o ministro das finanças é "coitadinho". É esta gente que representa a excelsa função pública? Porque é que são sempre os mesmos? Por que razão não existe democracia nos sindicatos da função pública? 
13
Nov11

Portugal, apesar de tudo, não é o Burundi (IV)

Henrique Raposo

O presidente do Conselho para a Promoção da Internacionalização, Francisco Van Zeller, anunciou hoje que pela primeira vez o saldo da balança comercial foi positivo no mês passado.

 

 

O que interessa não é saber se há ou não recessão (vai haver). O que interessa é saber se conseguimos exportar mais e importar menos. De nada serve evitar uma recessão com o aumento do consumo, isto é, das importações. O corte tem de ser feito, e está a ser feito.

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