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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

14
Out11

Não, não largo o osso

Henrique Raposo

"as PPP são um bom modelo desde que o Estado não as utilize para desarçamentar, como aconteceu no nosso país, e para fazer de conta que não estava, na prática, a emitir dívida pública. Agora, temos o descalabro que temos".

 

Isabel Vaz, Negócios de 6 de outubro

14
Out11

E o problema não é só a dívida do Estado; a dívida dos privados é outro drama

Henrique Raposo
Casal amigo anda à procura de casa para alugar. Sensatos. Perguntei ao meu senhorio. A resposta devia ser colocada nas paredes e dos muros desta santa terra: "Pois, v. tem lá três vizinhas que pagam 20 euros por uma casa igual à sua, e uma nem sequer lá vive e não consigo reaver essa casa, que podia ser para os seus amigos". A dona X paga 20 euros por uma casa igual à minha, e nem sequer lá vive. Puxa, então não é bom ter, vá, um armazém ou um sítio para a queca-fora-da-cerca no centro de Lisboa e só por 20 euros?

14
Out11

E a Mota-Engil, sr. primeiro-ministro?

Henrique Raposo

 

Coluna de hoje do Expresso online:

 

(...)

 

A grande questão agora é só uma: e o futuro, como será? O futuro não será bonito, até porque as contas das PPP de Lino e Paulo Campos vão começar a cair. De 2012 até meados do século (não estou a brincar), há muita renda para pagar ao dr. Jorge Coelho e afins. Ora, isto não é aceitável. Estas rendas dos senhores construtores podem ser legais, mas não são legítimas. O país inteiro vai apertar o cinto como nunca para depois o governo pagar tudo direitinho ao dr. Jorge Coelho? Nem pensem nisso. Isso não é justo, nem sustentável. O nosso dinheiro já não chega para pagar o básico (aqueles 4 pontos), e depois ainda temos de financiar alegremente o dr. Jorge Coelho? Nem pensem. Moral da história? No seu discurso, o sr. primeiro-ministro esqueceu a Mota-Engil e afins. Imperdoável e irritante. Temos de continuar a relembrar o primeiro-ministro que ele não pode fugir a esse assunto. Nós não vamos pagar impostos para financiar a Mota-Engil e afins. Não vamos.

 



14
Out11

A crónica certa para o novo day after

Henrique Raposo

Os viscondes das PPP

Senhor primeiro-ministro, estou muito contente com o tautau que V. Exa. aplicou no rabiosque carnavalesco do visconde da Madeira. Mas, se não se importa, eu gostava de relembrar que há mais tautau para distribuir, há mais viscondes para meter na ordem. Para começar, era muito importante que V. Exa. renegociasse os contratos das PPP. As PPP, as SCUT & afins são as novas rendas e prebendas nobiliárquicas, e estão ao serviço dos viscondes do alcatrão. Convém acabar com isto, meu caro. É urgente meter o dr. Jorge Coelho a choramingar, qual Ana Avoila do alcatrão. O dr. Jorge Coelho e os outros drs. Jorges Coelho não podem continuar a passar entre os intervalos da chuva bíblica que está a inundar a carteira dos portugueses. Quantas Madeiras cabem naquilo que vamos pagar pelas PPP, meu caro? Quantos buracos da Madeira cabem nas rendas da Mota-Engil e das outras Motas-Engil?

Como V. Exa. já percebeu, o nosso problema não começa nos mercados externos, começa nas construtoras e concessionárias internas, sempre auxiliadas pelos escritórios-de-advogados-da-Avenida-da-Liberdade, esses eternos defensores do interesse nacional. Há que renegociar esta dívida interna. De forma simples e direta, o meu caro primeiro-ministro tem de dizer o seguinte às construtoras: lamentamos, mas não há dinheiro, os portugueses não vão pagar aquilo que V. Exas. acordaram com Sócrates e Lino. Esta medida é da mais elementar justiça, meu caro Pedro. Os impostos e sacrifícios que V. Exa. já pediu só serão legítimos - a médio prazo - se os contratos leoninos das PPP forem renegociados de alto a baixo. Renegociar é o seu dever como primeiro-ministro, em nome dos atuais contribuintes e, sobretudo, em nome dos contribuintes do futuro. Sim, do futuro. Pelas minhas contas de conservador forreta, uma criança que nasça hoje ainda vai ter de pagar as PPP lá por 2030 e 2040. Ser escravo fiscal das PPP da dupla Sócrates & Lino não é uma coisa que devemos legar aos nossos filhos, não acha?

Há momentos em que a legalidade perde legitimidade, meu caro Pedro. Este é um desses momentos. Os contratos das PPP são ilegítimos, até porque rasgam o contrato entre gerações. São moralmente inaceitáveis antes de serem financeiramente insustentáveis. Portanto, esta é uma guerra mais do que justa, meu caro. Como diz? Podemos perder essas renegociações em tribunal? Duvido. Sabe porquê? Porque V. Exa. levará Carl Schmitt para a sala de audiências. E, se Schmitt não for suficiente, o senhor primeiro-ministro poderá fazer outra coisa: contratar os tais escritórios de advogados que fizeram as PPP. Quem melhor para desfazer uma coisa do que o criador da coisa? Seria o chamado inside job

 

 

24 de Setembro, Expresso 

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