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1. O que é irritante neste livro? Seis décadas de "ajuda" a África tiveram um efeito nulo, e Sachs não está nem aí para este facto. Como dizia um Presidente do Ruanda, "in the last 50 years, you've spent US$400 billion in aid to Africa. But what is there to show for it?"
2. Em 1960, e de forma geral, os países africanos eram mais ricos (ok, menos pobres) do que os países asiáticos. Ao longo de meio século, os africanos receberam toneladas de ajuda, e a sua situação piorou. Ao longo do mesmo meio século, os asiáticos subiram à primeira divisão mundial sem ajuda.
3. Os países africanos que recusaram o modelo da ajuda têm um desempenho económico superior (África do Sul, Bostwana).
4. Boa parte da "ajuda" acaba em sítios como o El Corte Inglés.
5. Estas coisas deviam interessar aos ideólogos da "ajuda".
"Há umas semanas, a jornalista sudanesa Lubna al-Husseini insistiu em usar calçar e recusou pedir publicamente desculpa. Tendo recusado submeter-se à flagelação, foi levada a um tribunal a sério e a farsa atingiu o auge quando o juiz convocou três testemunhas e lhes perguntou se tinham conseguido detetar a forma da forma interior da acusada quando ela estava de calças (...) o modelo que era acusada de usar nunca lhe serviria, porque é gorda e teria de emagrecer vinte quilos para poder vesti-lo".
Nas terras que nós não podemos criticar, porque isso seria imperalismo eurocêntrico, acontecem coisas porreiras.
Tento respeitar o PS, mas é difícil. Num debate sobre enriquecimento ilícito, o PS mete o socratismo na primeira linha na bancada. Puxa, até parece piadinha. É uma crónica que se escreve sozinha. Depois, em debates sobre PPP e estradas, o Paulo Campos é o representante do PS. Este indivíduo está na minha carteira, portanto, isto já não é piadinha. É mesmo falta de respeito. Para terminar, o "Beto mãozinhas" fala em preceitos constitucionais. Isto é p'ra rir, é? Caro dr. Seguro, v. não pode ter o socratismo na primeira linha. Desta forma, como é que podemos respeitar o "novo" PS? Além disso, o excesso de socratismo na sua bancada quer dizer uma coisa: V. Exa. não manda no partido. Meu caro, um socrático na última linha da bancada já é um socrático a mais.
Coluna de hoje do Expresso online:
(...)
Bom, como se vê, Kissinger oferece-nos uma sólida leitura da história chinesa. Contudo, a qualidade do livro é beliscada pelo tom apologético. E, atenção, a problema não está na auto-hagiografia. Kissinger é o bispo do xadrez mundial, logo, a sua presença nos acontecimentos relatados era expectável e até desejável. Aliás, "Da China" adquire uma dimensão extra quando se transforma num livro de viagens com gente importante lá dentro: Kissinger numa viagem secreta para preparar a cimeira Mao/Nixon, Kissinger a privar com Deng, Kissinger a tomar chá com Zemin, etc. Este corrupio permite-nos ver os corredores do poder, numa espécie de antropologia maquiavélica muito interessante. Portanto, o problema - convém reforçar - não é o ego de Kissinger. O problema está no tom apologético em relação a todos os líderes chineses, inclusive Mao. As contextualizações de Kissinger abrem a porta à desculpabilização. Por exemplo, a Grande Fome é despachada num parágrafo e nunca aparece uma condenação clara da Revolução Cultural ou de Tiananmen. Para prejuízo do seu trabalho intelectual, o autor não conseguiu despir a pele de diplomata/político. Kissinger quer continuar a ter jantares secretos e íntimos com os imperadores. E isso tem um preço.
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