Uma certa morte do espaço público
"No mundo de hoje é demasiado frequente os grupos falarem para si próprios e não uns com os outros: judeus para judeus, cristãos para cristãos, muçulmanos para muçulmanos (...) A proliferação de canais de comunicação - mail, grupos de chat, internet, jornais online e os milhares de canais de televisão por cabo ou satélite - significa que já não radiodifundimos. Radiolimitamos. Já lá vai o tempo em que as pessoas com ideias diferentes eram obrigadas a partilhar uma arena para se encontrarem e discutirem com os seus adversários. Hoje podemos ter como alvo aqueles que concordam connosco e eliminar as vozes dos que discordam. Quem quer dar a conhecer os seus pontos de vista fá-lo de maneira a captar a atenção dos media - regras geral através de certas formas de violência ou protesto, um acontecimento que possa ser captado por uma imagem dramática (...) A ideia de pensar em conjunto sofreu um golpe fatal no século XX com o fim da linguagem moral, o desaparecimento do 'eu devo', substituído por 'eu quero' (...) As imagens dirigem-se à emoção, não produzem, por si sós, entendimento. O resultado é que ganha o protesto mais visual, a voz mais irada e o slogan mais extremo".