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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

06
Jun11

Passos não venceu apenas umas eleições. Passos derrotou uma cultura política

Henrique Raposo

Da coluna de hoje do online do Expresso:

 

 

O PSD é o grande vencedor, e alcançou mesmo uma vitória histórica. Foi quase uma vitória à Cavaco. E é uma vitória histórica por várias razões. Em primeiro lugar, Passos Coelho conseguiu algo inédito em 200 anos de história constitucional portuguesa: pela primeira vez, alguém conseguiu vencer o poder instalado através de eleições. Ou seja, até ontem, o primeiro-ministro no poder nunca tinha perdido esse poder através de eleições (Santana não conta). Foi assim na Monarquia Constitucional e, obviamente, na I República e no Estado Novo. E nesta III República o primeiro-ministro nunca tinha sido derrubado desta forma. Ontem, o país fez história. Em segundo lugar, o PSD vence com um programa claro, ideologicamente separado da esquerda. A CDU não tem razão: o programa do PSD foi discutido. Ninguém pode dizer que "não sabia". Em terceiro lugar, Passos vence contrariando os manuais do "comentário político português", isto é, Passos vence dizendo coisas complicadas e duras. Disse que era preciso acabar com feriados e ganhou de forma clara, disse que era preciso mudar a lei laboral e a TSU, e venceu de forma clara, disse que era preciso mexer na CGD e ganhou de forma clara, disse que não podia prometer nada e ganhou de forma clara. É por isso que a sua vitória representa um governo forte, porque disse o que ia fazer antes das eleições. Dentro da nossa III República, isto é uma novidade.

 

 

PS: triste é uma cultura política, triste é uma cultura de comentário que vê num programa político sério uma série de tiros no pé. Passos vence eleições depois de dizer que é preciso cortar nos feriados, um tabu absoluto nesta terra de deus. Pois bem, ouvi e li pessoas a dizer que isso era um tiro no pé. Ora, tiro no pé é ter esta cultura política. Tiro no pé é ter esta cultura de comentário.

06
Jun11

Sim, foram eleições históricas

Henrique Raposo

Coluna de hoje do Expresso online:

 

(...)

 

Agora, o PS tem um caminho ideológico e político para percorrer: quer ser um partido de esquerda moderna, de esquerda liberal à Blair, de esquerda nórdica, ou quer manter a âncora no velho socialismo? Aquilo que assinou com a troika indica a primeira opção. Ou seja, estas eleições podem ser o início de uma mudança histórica no partido central da nossa esquerda.

 

(...)

 

Sim, isso mesmo: a curto-prazo, estas eleições determinam uma coligação de direita, mas, a longo-prazo, abrem as portas a uma coligação de esquerda, PS/BE. O radicalismo anti-europeu da extrema-esquerda foi derrotado sem contemplações pelo eleitorado. Esta é a oportunidade para o surgimento de um partido de esquerda com capacidade, e humildade, para fazer coligações com o PS. Se não for o BE, terá de surgir uma coisa nova.

 

(...)

 

O CDS cresce - novamente -, e solifica a sua posição bem acima dos 10%. Convém lembrar que os 10.5%  de 2009 podiam ser virtuais, podiam ser o efeito Ferreira Leite no eleitorado da direita. Agora sabemos que não é assim. O CDS está a crescer solidamente, sendo, aliás, mais atractivo para os jovens do que o PSD (uma nota a ter em conta).

06
Jun11

Empresas municipais

Henrique Raposo

O governo de Passos pode começar por ver um trabalho do Expresso/economia sobre a forma como o PSD local usou e abusou da criação de empresas municipais. Podem começar o corte exactamente por aí.

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