Doce
Ouvido no café aqui do bairro:
- um gajo que saca uma das Doce tem o meu respeito.
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Ouvido no café aqui do bairro:
- um gajo que saca uma das Doce tem o meu respeito.
Dei agora uma volta por sites de jornais. A notícia que confirma que o governo usou as nossas reformas num negócio mentiroso e desastroso (comprar dívida para manter o teatrinho de Sócrates) não está destacada em lado nenhum. Não conheço facto mais importante do que este (facto: o governo mexeu nas nossas reformas, na nossa segurança social), mas este facto XXL não merece destaque na imprensa.
É esse eleitor típico do BE, sempre todo virtuoso, que agora está a segurar Sócrates, o ser que nos governa. Este eleitor típico do BE, "olha pra mim tão especial, tão puro, tão diferente dos outros", está agora a defender o socratismo. Notável, ah? Boa gente, esta.
1. Não vejo este senhor. Nunca vi. Não tenho saco para esta escola de comentário político que é sempre apolítica (está sempre a falar de política, mas quais são os valores e ideias deste indivíduo?), cheia de tiques, timings e tácticas. Mas, caramba, não há site que não tenha, nesta altura, declarações deste senhor. É como se os factos da política em Portugal fossem as declarações deste senhor. O PS usou as reformas para pagar dívida, mas nos site as declarações deste indivíduo têm tanta ou mais importância do que esse facto central. Insisto: o conceito de "facto" é uma coisa muito vaga nos nossos média.
2. De manhã, apoia o PSD. À noite, comenta a situação política como se fosse um anjo neutral, como se tivesse aterrado de Marte. Pior: como sabe que as pessoas sabem que ele está à direita (está?), este génio sente sempre a necessidade de bater mais na direita do que na esquerda. Para parecer muito independente, para ser o árbitro do jogo. Aliás, é esse o programa da escola de comentário portuguesa: querem todos ser o árbitro do jogo partidário. Só é pena que, ao fim de várias décadas, uma pergunta fique sem resposta: Marcelo defende o quê? Representa o quê? Acredita no quê? Quais são as suas ideias?
Coluna de hoje do Expresso online:
(...)
O país não suporta pagar o Estado Social e o Estado Social do dr. Jorge Coelho. Temos de escolher: queremos o Estado Social da escola e da pensão ou queremos o Estado Social do betão e da retroescavadora? Isto é mais importante do que a renegociação da dívida com os credores externos. A nação, como um todo, tem de dizer o seguinte ao dr. Jorge Coelho: "caro empresário socialista da década, as suas empresas não vão ter o cheque combinado. Lamento. Não há dinheirinho". Nesta fase, o meu caro leitor diz "mas, ó Henrique, a Mota-Engil processa o Estado se não pagarmos". Pois, mas eu prefiro essa luta legal a este pântano manso.
(...)
Sócrates diz que PS é "força moderada". É, sim senhora. Dar 10 mil milhões aos amigos construtores é, de facto, uma enorme moderação.
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