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Qual é a crítica mais comum a Passos? Não é cínico, é ingénuo, é um menino do caraças. Passos não é criticado pelas ideias que apresenta. Nada disso. Criticam-no, porque, imaginem, o homem é ingénuo (a coisa dos tiros nos pés) e porque não transformou o PSD numa coisa norte-coreana. E, no seguimento lógica da coisa, Sócrates continua a ser elogiado ("ah, ele é duro"), porque precisamente é um monstro de cinismo e calculismo. É o tipo que destruiu o nosso futuro próximo. É o tipo que mais atacou a liberdade de imprensa. Mas "ah, foda-se, é um gajo duro". Quando é que Portugal passou a ser esta coisa cínica?
A política não é pra meninos, sim senhora, mas há limites para a orgia de cinismo. E depois há um pormenor: analisar política não é o mesmo que fazer política. A crónica, o comentário, etc. devem ser feitos numa lógica exterior ao poder, numa lógica de foder o poder de alto a baixo. Mas, em "Lesboa", quem analisa o poder pensa como se estivesse no poder. É esta a nossa miséria, digamos, cultural: quem escreve, quem pensa, quem analisa não quer foder o poder. No máximo, quer foder com o poder.
Sócrates levou o PS inteiro para o fórum TSF, numa acção de propaganda sem nome. O que esperar? Que os portugueses se sintam insultados na sua inteligência. Isto é uma vergonha para o PS e para o jornalismo português. Os media devem ser um contra-poder. Em Portugal, os media têm sido amplificadores da propaganda do poder.
Pelos vistos, apenas a RTP e a RR estão a dar o devido destaque às declarações de Carlos Costa? Alguém me explica a razão de ser deste constante fellatio a Sócrates? Alguém me explica por que razão as redacções protegem sempre o PS? O mesmo PS que arruinou o país. O mesmo PS que tem como líder o tipo que mais desprezou os jornalistas. Alguém pode fazer o favor de me explicar esta merda, não?
A zanga entre Sócrates e Teixeira dos Santos não causou a discussão que devia ter causado. Não fez buzz em jornais e telejornais. É assim o espaço público de uma semi-democracia. É assim um espaço público que está sempre com medo ou temor (são coisas diferentes; temor é medo plus fellatio) do poder.
Alguém fez o favor de me enviar o programa eleitoral do PS. A coisa entrou directamente no Spam.
Sócrates também usa o teleponto quando fala com os filhos?
1. Há coisas que não se percebem no jornalismo cá da terra. Acabo de ver e ouvir no Telejornal o seguinte: o governador do Banco de Portugal disse que é preciso responsabilizar os titulares de cargos públicos que nos conduziram a este buraco. Não percebi quem é que estava debaixo da mira do governador. Mas, pelo menos, Carlos Costa estava a falar dos gestores públicos. É essa a mensagem mais forte do discurso: prestação de contas. É hora de prestação de contas. Mas aqui, no Negócios, um "relato" do mesmo discurso - assinado pela Lusa - apaga por completo o ponto da prestação de contas. E o título, claro, invoca o tal consenso e não a exigência mui americana de Costa. Desculpem lá, mas começa a ser difícil acreditar.
2. A Lusa existe para agradar ao partido que está no poder? É para isso que serve a Lusa? Já começa a ser demais. Um bocadinho demais.
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