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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

24
Fev11

A desgraça árabe

Henrique Raposo

Assassinado em 2005, Samir Kassir é um autor que importa convocar para as atuais discussões sobre o mundo árabe.

 

Coluna de hoje do Expresso online:

 

(...)

 

Do lado árabe, Kassir afirma que é preciso fazer uma reavaliação do estatuto de Vítima que está no centro das sociedades árabes: "a rejeição da guerra das civilizações exige, do lado dos árabes, o abandono do arabocentrismo - ou do islamocentrismo - negativo que só concebe a história do mundo como uma ameaça permanente contra si". Como é que isso pode ser feito na prática? Bom, Kassir não tem papas na língua: recusar a complacência em relação a coisas como a fatwa lançada sobre Rushdie (o mundo árabe devia ter reagido, defendendo Rushdie) e aceitar que a democracia é um património comum de toda a humanidade. Este homem não foi assassinado por acaso. 

Em suma, este livro é um manifesto que procura uma revolução mental no mundo árabe: os árabes têm de se assumir como sujeitos e não como objectos da história. Os últimos acontecimentos vingaram Kassir.

 

23
Fev11

Portugal apoia anti-semitas?

Henrique Raposo

Texto de Maio de 2010 sobre a vergonhosa política externa de Portugal, que andou a beijar estes ditadores que agora estão a cair. Ter memória é bonito.

 

(...) Os negócios com a Líbia e demais Estados anti-semitas não permitem tudo, meus caros José Sócrates e Luís Amado. Há limites. Uma coisa é fazer negócios com ditaduras. Uma coisa que toda a gente faz. Outra coisa, bem diferente, é esta bajulação torpe das posições anti-semitas da malta com quem Vossas Excelências fazem negócios (...)

23
Fev11

Sou um enteado, II

Henrique Raposo

Coisas que continuo a aprender na minha caixa de mail:

 

Um gajo de direita não pode bater num primeiro-ministro de esquerda. Pá, não pode. Tens de ser neutral e patriótico. Só a esquerda pode ser parcial e patriótica ao mesmo tempo. Mas não é a esquerda que está no poder há 15 anos? Ah, e tal, mas tem de bater no PSD também. Pois, é verdade: eu também bato no PSD. Ah e tal tem de bater no cavaquismo que fez tanto mal como o socratismo. Pois, é verdade: eu também bato no Cavaco e no Cavaquismo. Ah e tal. Ah e tal o quê? É assim o nosso querido país: para bater no PS que está no poder há 15 anos (perdão, nos últimos 15, governou 13; um gajo de direita não pode arredondar), um gajo de direita tem de provar que já bateu 30 vezes no PSD/CDS. Agora que o meu CV está ok, posso continuar a criticar quem nos governa há 15 anos? Ou isto é um pormenor sem interesse?

23
Fev11

Malcolm Gladwell e o nosso provincianismo

Henrique Raposo

 

Coluna de hoje do Expresso online:

 

(...)

 

Nos EUA, o pensamento fora da caixa é uma virtude. Em Portugal, é uma blasfémia. Pensar fora da caixa é a coisa que tem menor percentagem de portugalidade. Os portugueses têm uma cultura de instalados e de protecção do statu quo.

 

(...)

 

Ora, esta atitude de ir-ver-como-os-outros-fazem-na-prática é raríssima em Portugal. Nós importamos pensamento em abstracto (quase sempre de Paris), mas não vamos ver como é que as outras sociedades são organizadas na prática. E isto gera, como dizia há pouco, um estranho provincianismo. Mais: gera imensas dificuldades de governação. Porque as soluções para os nossos actuais problemas já estão a ser usadas por outros países (a pólvora só se descobre uma vez). Um exemplo: a saúde. Na caixa portuguesa, as pessoas continuam a achar que um serviço de saúde requer necessariamente uma rede estatal de hospitais. Ora, fora da caixa, temos de dizer que não tem de ser assim: um serviço público de saúde pode ser feita por serviços privados. Por outras palavras, o Estado Social deve ser sinónimo de seguro de saúde, e não de burocracias hospitalares. Quando ouvem isto, as pessoas que estão dentro da caixa gritam "neoliberal",  "fascista" ou outro insulto que esteja à mão. Na resposta, temos apenas de dizer que isto é a prática corrente em países como a Holanda (ver aqui ) e Alemanha (ver aqui ). E este bloqueio mental também ocorre na educação, lei laboral, lei eleitoral, organização da justiça, etc. etc.

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