![Assassinado em 2005, Samir Kassir é um autor que importa convocar para as atuais discussões sobre o mundo árabe. Assassinado em 2005, Samir Kassir é um autor que importa convocar para as atuais discussões sobre o mundo árabe.]()
Coluna de hoje do Expresso online:
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Do lado árabe, Kassir afirma que é preciso fazer uma reavaliação do estatuto de Vítima que está no centro das sociedades árabes: "a rejeição da guerra das civilizações exige, do lado dos árabes, o abandono do arabocentrismo - ou do islamocentrismo - negativo que só concebe a história do mundo como uma ameaça permanente contra si". Como é que isso pode ser feito na prática? Bom, Kassir não tem papas na língua: recusar a complacência em relação a coisas como a fatwa lançada sobre Rushdie (o mundo árabe devia ter reagido, defendendo Rushdie) e aceitar que a democracia é um património comum de toda a humanidade. Este homem não foi assassinado por acaso.
Em suma, este livro é um manifesto que procura uma revolução mental no mundo árabe: os árabes têm de se assumir como sujeitos e não como objectos da história. Os últimos acontecimentos vingaram Kassir.