coluna de hoje do Expresso online:
(...)
III. E, atenção, esta venda de dívida a países com a cor preta neste mapa não é apenas uma actividade técnica e económica. É uma questão política e até institucional. Que eu saiba, o mandato eleitoral de Sócrates não estica até este ponto, ou seja, nenhum eleitor deu a este governo um salvo-conduto que permite a venda de Portugal a países autoritários em negócios pouco transparentes. Ainda por cima, Portugal pode recorrer à UE e ao FMI, locais mais transparentes do que os fundos chineses e arábicos. Mas o que é mais impressionante neste caso não é a habitual falta de classe do socratismo. O que impressiona é o silêncio das instituições. O parlamento e o Presidente não dizem nada sobre esta matéria. Permitem que o saltimbanco da dívida ande por aí à solta, sem qualquer controlo institucional.
PS: a história é dada a ironias. Este governo não se calava com a manutenção dos centros de decisão nacional em Portugal. E, agora, o desígnio nacional é vender Portugal aos países menos transparentes do planeta . Porreiro, pá.