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1. Quando o assunto é o preço da gasolina, os jornalistas comparam, e bem, os preços de Portugal com os preços de Espanha. O objectivo é atacar o monopólio da GALP. Ainda bem. Mas estes jornalistas nunca comparam a carga fiscal. 60% do preço da gasolina portuguesa é impostos. Nunca se fala disto. Estamos a ser esmagados pela máquina fiscal, mas não se fala dos impostos sobre a gasolina. Alguém tem a gentileza de me explicar isto?
2. Quando o assunto é a reforma da lei laboral, então, pá, não se pode comparar Portugal com ninguém. Nem sequer com a Espanha. Se Portugal não acompanhar a Espanha na flexibilização laboral, nós seremos o último oásis de um esquerdismo sindicalista que representa um mundo já morto. Mesmo que fiquemos nos 20 dias por cada ano, Portugal continuará a ser o mais rígido da Europa - a par da Espanha. Os defensores da actual rigidez (eles dizem "generosidade") têm um problema: 600 mil desempregados, a ausência de criação de emprego, a ausência de investimento estrangeiro. Ou seja, essa rigidez generosa está a criar desemprego. Se estivesse tudo bem, ok, o socialismo e as leis que temos eram boas. Mas, como se sabe, não estamos bem há uma década. Não me digam que não se pode mexer. Não me digam que a República Checa (9 dias por cada ano) é o império do mal.
3. Idem para a saúde. Dizer que o SNS devia ser a ADSE para todos é o mesmo que ser um sacana sem coração. O facto de isso ser a prática elementar do Estado Social (ou seja, o estado garante um seguro de saúde e não a burocracia inerente a hospitais públicos) em boa parte dos países europeus é apenas um pormenor.
4. Por causa da nossa esquerda, Portugal está a enfrentar 2011 com a mentalidade de um mundo que morreu no século passado.
1. O jornalismo português, como é sabido, tem uma filha, a esquerda, e uma enteada, a direita. Quando a esquerda ganha eleições, ganha mesmo. Quando a direita vence eleições, calma, que a vitória é da abstenção.
2. A implícita campanha que está em curso (que visa retirar legitimidade a Cavaco Silva) só revela a cabeça autoritária da esquerda que temos. Para este nossa mui pluralista esquerda, o "outro lado" não tem legitimidade mesmo quando vence na legalidade democrática.
3. O Devedor da Moura, ao recusar cumprimentar Cavaco, só fez aquilo que toda a esquerda queria fazer. Queria, mas não pode. Por enquanto, ainda acham que têm de respeitar a legalidade democrática.
Outra coisa que impressiona é a forma como o jornalismo funciona como guarda-costas permanente do BE. O BE nunca perde. Louçã nunca perde mesmo quando perde. Do discurso de Louçã, as TVs só mostraram a farpa que ele lançou ao PSD e CDS. Eu sei que é cool apoiar o BE e não sei quê. É como gostar da banda xpto que está na moda. Eu percebo isso. Mas podem disfarçar um bocadinho.
Coluna de hoje do Expresso online:
Perante o fracasso da comissão de eleições (cartão de cidadão, etc.), Rui Pereira só tem dois caminhos: ou apresenta a demissão ou demite alguém. A fraqueza da nossa democracia não está na abstenção. Está na ausência de prestação de contas dos Rui Pereiras desta vida.
(...)
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