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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

10
Jan11

Brandos costumes my ass

Henrique Raposo

 

1. Querem perceber (ou tentar perceber) este ressentimento, este ódio que emergiu contra a figura do Carlos Castro? Este ódio que aparece vindo do nada. Este ódio que assusta, porque vem mesmo lá de dentro. Se querem, leiam este livro. Rentes de Carvalho fez aqui o estudo desse adn português, dessa "raiva que assusta", para citar o próprio Rentes. O livro não é sobre a homossexualidade. É sobre este adn violento dos portugueses, que se vê nesta homofobia louca ou na morte de 40 mulheres por ano. Brandos costumes my ass.

 

 

2. O ódio nas caixas de comentários contra Carlos Castro é a versão internética deste ódio, que é bem ilustrado na cena do café da aldeia de "A Amante Holandesa":

 

- Diz! Era puta? Pôs-te por conta?

Um outro, roçando-lhe a mão pela face numa carícia:

- Ou andaste por lá a levar no cu?

Ao meu lado o sr. Filinto pedia calma, dizia que bastava, acabassem com aquilo, mas ninguém lhe dava ouvidos, era como se por instinto tivessem de continuar até que acontecesse o irremediável.

- Ganhou-lhe gosto! E ensinou este. Por isso é que todos os dias se vão ao passeio! - chacoteou um, ao mesmo tempo que com uma expressão de nojo me atirava a ponto do cigarro.

- Vira ti, viro eu!

10
Jan11

Cavaco e a falácia do "bom nome"

Henrique Raposo

 

 

Coluna de hoje do Expresso online:

 

I. No debate público português, há uma coisa irritante: o culto do "bom nome". Armando Vara dispara processos contra jornalistas por causa do seu "bom nome". José Sócrates transforma críticas públicas em meras calúnias privadas por causa do seu "bom nome". E este culto do "bom nome" impede um debate a sério sobre um dos pilares de qualquer sociedade civilizada: a privacidade financeira de um titular de cargos públicos é muito reduzida e tem de ser escrutinada, de cima a baixo. Não estou a falar da privacidade tout court (com quem dorme e demais pornochachada), mas da privacidade da carteira. Ora, Cavaco Silva está a repetir esta farsa. E sem necessidade. Sobre José Sócrates, existiam suspeitas de ilegalidades. Sobre Cavaco, não há qualquer suspeita de ilegalidade (são campeonatos diferentes). Mas aquilo que é legal não é necessariamente legítimo e/ou transparente.

 

II. No caso BPB/SLN, Cavaco Silva tratou os portugueses como crianças. O Presidente julga que o nome "Cavaco Silva" lança uma luz de pureza sobre as coisas. Lamento, mas não é assim. Não é assim com José Sócrates, não é assim com Cavaco Silva, não é assim com a Águia Vitória, não é assim com o Papa.

 

(...)

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