A importância dos debates
Já quase que sei o nome do Devedor de Moura.
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Já quase que sei o nome do Devedor de Moura.
(...) A vida vai-se fechando num círculo cada vez mais privado. As pessoas cruzaram os braços, estão indiferentes, anestesiadas. Cada um a tratar da sua vidinha. A pensar na carreira. A ganhar dinheiro. O resto não vale a pena, nem justifica "sujar as mãos". Com a crise sobra ainda menos tempo para a vida pública. A política perdeu espaço, basta ver o alinhamento dos telejornais. E o pouco espaço que resta é para falar dos "casos". Não se vai a fundo acerca de nada. Esta despolitização, este fechamento numa lógica privada é preocupante. Faz lembrar o pior do salazarismo. A política encolheu e perdeu qualidade. Mais do que a crise económica, este será porventura o pior legado dos governos Sócrates: a apatia generalizada, a decadência da nossa vida pública de que vamos demorar a recuperar. Paulo Marcelo, Diário Económico
Coluna de hoje do Expresso online
I. Os media ocidentais só prestam atenção a África quando surge algo como a presente situação na Costa do Marfim. Para os nossos media, "África" quer dizer "sangue" e "pobreza". É por isso que muita gente ainda não sabe que existem democracias consolidadas e - relativamente - prósperas em África: Mali, Gana, Benim, Namíbia, São Tomé & Príncipe, África do Sul e Botswana. Como não têm "sangue" e "violência" para dar, estes países não aparecem na CNN ou Sky News; estes países são factos empíricos que não encaixam na narrativa apocalíptica que o Ocidente gosta de reproduzir sobre África. O que é uma pena. Os outros países africanos não vão sair do buraco através dos conselhos morais e abstractos dos ocidentais. Os outros países africanos só encontrarão o caminho da boa governança quando quiserem olhar para as práticas dos seus vizinhos que têm a cor verde no mapa da liberdade . As Angolas só caminharão para a democracia e prosperidade quando quiserem olhar para o exemplo que o Botswana oferece há várias décadas.
II. O Botswana (1.8 milhões de habitantes) é o líder moral, digamos assim, desta África minoritária e democrática.
(...)
O Público vai dar (1 euro) este livro em breve. Aceitem a oferta.
Com estas séries da HBO, o cinema (não é TV, é cinema) consegue, finalmente, alcançar a ambição do romance à moda antiga - aqueles que retratam a vida privada de uma nação. Um grande filme (com raras excepções, ex: Padrinho) tem de ter a respiração de um conto. Um grande filme é um conto. Não por acaso, quando tentam adaptar romances, os filmes falham. Porque não há espaço para aquela respiração. Com estas séries, o cinema consegue entrar na respiração do romance.
Coluna de hoje do Expresso online:
III. A qualidade de uma democracia liberal não se mede pela realização de eleições livres. Esse é um critério para a "Liga dos Últimos". Para entrar na "Liga dos Campeões", uma democracia tem de possuir (1) uma justiça forte e rápida e (2) um sistema de instituições capaz de regular o funcionamento da economia e do sistema político. O caso BPN diz-nos que Portugal não tem estes dois componentes. A montante, Oliveira e Costa não foi travado pelo Banco de Portugal, e agora - a jusante - está a ser travado pela lentidão dos tribunais. O Banco de Portugal devia ter travado a marcha de Oliveira e Costa, mas permitiu que ele andasse a 200-milhas-bancárias-por-hora. Por seu lado, os tribunais deviam ter acelerado o processo, deviam ter julgado Oliveira e Costa com enorme celeridade, mas, claro, o processo só começou agora.
Ver este "curva apontada ao céu" do Jorge Costa.
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