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Amado não deu autorização aos vôos de e para Guantánamo. É pena. Devia ter dado.
Crónica da semana passada: "Paredes de Vidro"
Texto de hoje do Expresso online
I. No meio da palhaçada da Wikileaks (que é uma espécie de Hi5 ou de Facebook para a comunidade jornalística), no meio do marketing de Sócrates (50 medidas, 50; por que razão não são 47 ou 53?), ninguém prestou atenção a um facto revelado pela OCDE, o facto mais importante para Portugal tendo em conta a nossa situação, a saber: Portugal é o país da UE onde a carga fiscal mais aumentou entre 1995 e 2008. Mais um belo legado da governação do PS (a despesa pública passou de 37% para os actuais 50%). Ora, este facto (é um facto; não é uma projecção, uma conjectura, uma aspiração) é mais um facto para a longa lista de factos que indicam uma coisa: não se pode confiar na economia portuguesa, a economia portuguesa não tem as condições para pagar aquilo que o país deve ao estrangeiro.
II. Os malvados "agiotas" não olham para projecções e esperanças socráticas. Olham para factos. Olham para a miséria absoluta que foi a execução orçamental de 2010. Olham para a chico-espertice do fundo de pensões da PT a passar para a segurança social. Olham para um país que não consegue controlar o despesismo absurdo do Estado. Olham para um país que vê na riqueza produzida pelos cidadãos algo que deve ser saqueado pelo máquina fiscal. Olham para um país onde o peso absurdo dos impostos está a matar, a montante, a própria capacidade de gerar riqueza. Olham para um país onde a carga fiscal foi atrás da despesa. E - o que é pior - olham para um país onde ainda é um tabu afirmar-se o seguinte: a despesa deve comportar-se dentro dos limites de uma carga fiscal decente e não castradora da economia. A despesa deve ir atrás da carga fiscal, e não o contrário.
III. Ontem, o conselheiro de Merkel dizia - no Negócios - que Portugal tem de ir buscar 30 mil milhões de euros em Abril. Os portugueses passaram o dia a discutir o Wikileaks e a CIA. A realidade é acessório descartável, como se sabe.
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