A petulância. A ideia de que estão acima do bem e do mal, mesmo quando estão a afundar um país
“o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.
Almeida Santos
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“o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre”.
Almeida Santos
Mas Sócrates tem um MBA do Iscte? Como?
(...)
O país inteiro está em cima de uma montanha de dívida, que não pára de aumentar, e aquilo que a elite discute é o aumento de impostos? Mas o spin de Sócrates é mais forte do que a realidade?
III. Como é óbvio, este cenário surreal inventou outra teoria linda: é a crise política dos últimos dias que está a fazer disparar os juros da nossa dívida. Esta teoria é genial, mas tem vários problemas. Os juros já estavam a subir desde final de Agosto. Porque os juros sobem não por causa de guerrinhas verbais (se assim fosse, os juros da Holanda estavam nos 10%), mas por causa de factos económicos bem concretos:
- Portugal tem o maior endividamento externo da UE (muito acima dos 200% do PIB)
- Portugal tem uma dívida pública imensa (85% do PIB, sem as tais parcerias público/privadas; com as PPP, vai até que marca? 110%, 120%?).
- Portugal não consegue mexer nos problemas estruturais que impedem um crescimento económico sustentável (código laboral, lei das rendas, justiça).
- Tudo isto quer dizer que Portugal não vai sair do crescimento reduzido dos últimos dez anos (a baixo do 1%), e, por isso, os credores começam a pensar que não vamos conseguir pagar aquilo que eles nos emprestaram.
IV. Sem um orçamento que ataque isto de frente, os juros da dúvida não vão parar de aumentar. A ideia de que temos de aprovar um qualquer orçamento é suicidária. Um orçamento que não ataque a despesa e que aumente impostos é o melhor caminho para chamarmos o FMI. E começo a achar que é isso que o PS quer.
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