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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

17
Set10

Cortar onde é preciso

Henrique Raposo

(...)

 

III. A este respeito, convém reler um artigo de Pedro Maia Gomes (professor na Universidade Carlos III, Madrid), publicado no Expresso de 4 de Setembro. As contas dos privilégios insustentáveis dos funcionários públicos começam assim: "pessoas com características similares recebem mais 16% de salário no sector público". Depois, os salários da função pública sobem sempre, e nunca estão anexados à produtividade. Numa empresa (i.e., na realidade) aumentos acima da produtividade significam a falência. No Estado, esta prática irracional é conhecida pelo eufemismo de "direitos adquiridos".

 

IV. Perante esta realidade, uma redução nos salários da função pública seria sempre uma medida justa, no sentido de atenuar a assimetria entre o público e o privado. Ora, na actual conjuntura, um corte na função pública não é só justo: é igualmente necessário. Segundo Pedro Maia Gomes, um corte de 10% na função pública permitiria reduzir 2 mil milhões de euros por ano na despesa (1.4% do PIB). É aqui que devemos cortar, e não nos apoios sociais como o subsídio de desemprego. Mas repare-se no seguinte: José Sócrates já mexeu em todos os subsídios, mas ainda não mexeu onde devia ter mexido: nos salários da função pública.


(...)

 

do Expresso online

17
Set10

A revolução que não cortou com o Estado Novo

Henrique Raposo

Crónica de sábado passado:

 

O 25 de abril é sempre apresentado como um corte redentor. Nesta doce narrativa que nos apascenta, a III República desfez o Estado Novo em mil pedacinhos, e reiniciou Portugal. Aliás, muito boa gente acha que só faltou a invenção de um calendário soarista para que o corte com o passado fosse imaculadamente democrático. Mas será mesmo assim? Não, não é. Se olharmos para a história através da lupa tocquevilliana, podemos ver várias continuidades entre o Estado Novo e a III República: ADSE (ainda bem), lei das rendas (ainda mal) e, acima de tudo, a Administração do Estado (um pesadelo). É isso mesmo: o esqueleto da democracia é o esqueleto de Salazar.

(...)

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