Cuba, PCP, jornalistas
Os nossos jornalistas não conseguem falar com o PCP? Não conseguem saber o que pensa o PCP sobre isto?
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Os nossos jornalistas não conseguem falar com o PCP? Não conseguem saber o que pensa o PCP sobre isto?
O blog de Miguel Noronha.
I. Eu não falei na queima do Al-Corão. Não entrou no argumento. Mas já que falas disso, uma pergunta: as duas situações são comparáveis? Um acto primário de intolerância (queima de livros) pode ser comparado à construção de uma mesquita? Não me parece. Não tem comparação. Até porque em NY há outras mesquitas. Aliás, há dias, vi na TV que há outra mesquita ali bem perto, com uns 40 anos. Essa mesquita já existente também é uma ofensa às vítimas?
II. E, sim, acho que as autoridades devem meter os corninhos de fora quando um louco quer queimar livros. Queimar livros não me soa bem. Não sei porquê. Falas em bom senso, e depois achas que está tudo bem numa queima homérica de livros? Bom senso? Bom senso é acabar com a tese que está a montante de tudo isto: "foi o Islão que derrubou as torres". Isso é que era bom senso. E o lado positivo desta polémica é mesmo esse: forçar os EUA a pensar sobre isso, longe da emoção fácil.
III. Curioso é isto: não falas da tese do meu texto. Ou seja, parece que concordas com a ideia de que “o problema é o Islão por inteiro”. Aliás, quando dizes que há que respeitar as famílias das vítimas, estás a consagrar essa tese. Uma tese perigosa, diga-se.
IV. Argumentos do estilo “a maioria prefere x” não colam neste debate. Há coisas que estão acima da vontade da maioria. Estou certo que concordarás com este princípio-base.
V. Isto é uma provocação desde o início? É possível que seja. Mas isso não invalida nada do que escrevi. Aliás, até reforça. É a coisa do "dar a outra cara". É a coisa da superioridade civilizacional. Nós não nos medimos pelos critérios da Arábia, do Egipto ou de um imã-americano-provocador.
O que me enerva nesta "estória" toda é que Cavaco está a fazer o jogo do PS, i.e., está a fazer o jogo do aumento dos impostos para diminuir o défice. Tanta conversa sobre o monstro, e depois nada. A dramatização, feita por Cavaco e pelo PS, para a aprovação do Orçamento - seja ele qual for -, favorece, como diz aqui Vítor Bento, o aumento dos impostos e não o corte na despesa. Obrigado, sr. Presidente.
(...)
III. O ponto mais forte dos críticos desta mesquita é, claro, a emoção dos familiares das vítimas. Num tempo como o nosso, em que a emoção televisionada tende a vencer a razão assente em valores e factos, este argumento tem peso. Mas vamos lá com calma. Apesar de pura, a indignação das famílias das vítimas está errada. É uma indignação que assenta num falso pressuposto "oferecido" por Bin Laden: as torres foram derrubadas pelo Islão por inteiro.
IV. Com a previsibilidade matemática dos populistas, Sarah Palin já aproveitou esta onda emocional: A Dona Alasca disse que a Mesquita fere o coração americano. Mas porquê? O construtor da dita não é Bin Laden, mas Feisal Abdul Rauf, um imã americano, conhecido por incentivar o dialogo inter-religioso. A emotividade anda a estragar, há muito, a cabeça à direita americana.
Uma corrente de ar chamada Edite Estrela escreveu uma carta.
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