Não se passa nada
A Cândida Almeida colocou o seu lugar à disposição, mas não se passa nada. Nos jornais e nas TVs, parece que isto não interessa.
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A Cândida Almeida colocou o seu lugar à disposição, mas não se passa nada. Nos jornais e nas TVs, parece que isto não interessa.
Capítulo I
O mote: a emergência das potências asiáticas
O 11 de Setembro não mudou o mundo
“Do primeiro quarto do século XXI, a história humana recordará não o 11 de Setembro, mas a emergência da Índia e da China, um acontecimento tão importante como o Renascimento ou a Revolução Industrial no Ocidente”.
Gurcharan Das
“O 11 de Setembro foi uma tragédia terrível, mas isso não devia obscurecer o facto de que a tendência mais forte do mundo actual é a ascensão da Ásia, e não o instinto destrutivo do terrorismo”.
Dominique Moïsi
“Em 2015, as mudanças tecnológicas, demográficas e sociais da Ásia influenciarão todos os aspectos da vida global e local”.
Natwar Singh
Qual foi, então, o mote empírico que despertou a nossa curiosidade para esta investigação? A resposta pode parecer evidente em 2010, mas não o era em 2004: a emergência das potências asiáticas foi o tal despertador empírico de “Um Mundo sem Europeus”. Isto porque, como veremos de seguida, a ascensão asiática é mesmo uma enxurrada empírica impressionante. Aliás, podemos afirmar, com toda a propriedade, que o facto central do nosso tempo não é o 11 de Setembro (9/11). O facto central da nossa Era é, isso sim, a ascensão das potências asiáticas, essa enxurrada de factos que está a provocar uma revolução intelectual na forma como pensamos a política mundial.
Em 2010, já é possível encontrarmos artigos e livros a proclamar, com pompa e circunstância, o seguinte: o dado determinante da nossa Era é a ascensão dos asiáticos, e não o terrorismo islamita. Porém, em 2004, quando iniciámos esta investigação, dizer semelhante coisa era o mesmo que cometer uma blasfémia intelectual. Até ao ano de 2008, todo o mainstream, europeu e americano, dizia a mesma coisa: o nosso tempo seria marcado pelo terrorismo, pela guerra ao terror, pela centralidade inabalável do Médio Oriente e do Islão. Agora, após o choque térmico provocado pela crise de 2008, o mainstream percebeu, finalmente, que o pilar da nossa Era é algo menos telegénico do que o terrorismo apocalíptico: a ascensão das potências asiáticas.
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