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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

16
Fev10

Lino, o comediante

Henrique Raposo

Não percam, por amor de deus, a entrevista de Mário Lino (à SIC) sobre as escutas. É genial. É stand-up do melhor. Foi qualquer coisa como isto: "o chefe? O chefe é o chefe ali da repartição"

16
Fev10

Quase salvos

Rui Ramos

O facto básico é este: um em cada cinco euros que o Estado português gasta é emprestado. E esse euro de empréstimo está a ficar mais caro todos os dias. Tão caro, que esta semana o Estado desistiu até de levantar a dose de 500 milhões de euros de que precisa quinzenalmente. E isto quer dizer, de acordo com a sabedoria milenarista do nosso regime, que a salvação está perto. Deixem-me explicar.


A “crise” tem servido de mote para muita coisa. Os comentadores mais metafísicos dividem-se sobre a distribuição da culpa: é do Estado, demasiado gordo, ou da sociedade civil, excessivamente magra? Os ministros, aparentemente, ainda não decidiram se o problema maior do país são as agências de rating, o comissário Almunia ou Mário Crespo. E toda a gente aproveita para especular sobre o impacto da crise nas eleições que vai de certeza haver, como as presidenciais, e nas que pode haver, como as legislativas -- caso Sócrates, como Guterres em 2001, decida aproveitar a Madeira para sair de cena ainda com a roupa toda, antes de a tanga voltar a estar na moda.


Na prática, já nada disso importa. A política em Portugal já só pode servir, quando muito, de entretenimento e distracção. Porque tudo está, finalmente, fora das nossas mãos. Encontramo-nos à mercê dos nossos credores e dos burocratas europeus – isto é, livres, como os cativos e as crianças pequenas, da responsabilidade de decidir por nós próprios sobre o nosso modo de vida. E a questão é esta: não foi isso que a classe política sempre desejou, interpretando talvez correctamente as inclinações gerais?


Há anos que se fala de “reformas estruturais” e de “consolidação orçamental”. O PCP e o BE negaram sempre tudo, no conforto de quem sabe que os outros terão um dia de colher as tempestades, deixando-lhes a respiga da queixa. O CDS, o PSD e o PS, como respeitáveis partidos de governo, nunca puderam permitir-se o luxo de tais negações. Mas esperaram até hoje que a “pressão externa” se tornasse suficientemente evidente para servir de álibi ao que, no fundo, há-se ser sempre a ruptura do fantástico contrato que, em tempos de vacas gordas, assinaram com os eleitores.


Quem é que já não ouviu que é inútil discutir mudanças? Que o povo, habituado a esta rotina de Estado endividado, só há-de conformar-se com outra vida se obrigado “de fora”? Que isto há-de ser como nos tempos em que a razão desembarcava regularmente no aeroporto de Lisboa, encarnada numa senhora estrangeira do FMI? Ei-la finalmente, essa salvadora “pressão externa” – de um lado, a disciplina dos 3% do PEC; do outro, os custos gerais da dívida pública.


Segundo os nossos sábios, estamos onde sempre  precisámos de estar para emendar os nosso maus costumes. Não vai ser preciso elaborar projectos, comparar soluções, explicar, debater, optar, arriscar. Vamos apenas ter que fazer o que nos mandarem, constrangidos pela “necessidade”, isto é, sem responsabilidades para ninguém. Era isso que queriam? É isso que têm. Parabéns. Melhor, só mesmo uma ocupação militar estrangeira.

 

Expresso - 6.02.2010

16
Fev10

O Dr. Soares anda a mostrar aquilo que realmente é

Henrique Raposo

O artigo de hoje de Mário Soares, no DN, é de uma desonestidade que até dói. Este homem, que devia ser um senador acima de tudo e de todos, assemelha-se a um jotinha com cabelo branco. Soares pensa e escreve como se fosse um jotinha à procura de um lugar numa PT qualquer. Soares é a fonte ideológica dos "Abrantes". 

 

PS: e Soares precisa de voltar a ler a Constituição. Diz que o PM foi recentemente relegitimidado pelas urnas. Só que há aí um problema, caríssimo: nós não votamos em candidatos a primeiro-ministro. Nós votamos em deputados. O PM português não tem legitimidade eleitoral directa. Isso é com o Presidente. A legitimidade do PM vem do parlamento. Pormenores institucionais que parecem não interessar ao jotinha de cabelo branco.

 

PS: 11 mil idiotas, no entender do Dr. Soares.

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