Constança Cunha e Sá escreveu este artigo antes de sexta feira. É a única explicação.

Caro Eduardo Pitta, a ternura que V. sente pelo mundo do socratismo impede-o de perceber várias coisas. O PR pode demitir o PM sem dissolver a Assembleia. O Eduardo está enganado. Ponto final. Depois, o Eduardo não percebe que estas pessoas não são "notórios fascistas". Se calhar, Medeiros Ferreira e Ana Gomes também são "notórios fascistas".

Já agora, explique-me o que é "sair mal no retrato". Este eufemismo, Eduardo, é muito pouco honesto. O Eduardo parece que está a viver num país à parte, num país só seu, numa cidade socrática. Não queira ser o último a perceber que essa cidade já caiu. 

Mas ela pode estar a incubar: as escutas publicadas, extraidas do processo judicial "Face Oculta", podem constituir jornalismo de buraco de fechadura e grosseira violação do segredo de justiça, mas o conteúdo indesmentido delas inquieta.
Nao é possivel - e, como socialista, não me parece útil - varrer para debaixo do tapete as questões que tais escutas suscitam: é preciso esclarecer se era, ou não, por instruções governamentais que a PT estava a negociar a compra da TVI à PRISA.
Acresce que o que foi publicado - e até hoje não foi desmentido - reforça dúvidas sobre a actuação das mais altas instâncias do Ministério Público.
É o Estado de direito democrático que pode estar em causa

Ana Gomes

Ler este artigo de Henrique Monteiro. Está lá tudo.

Sócrates não esclareceu coisa nenhuma e, como uma mentira vem sempre seguida por outra, resolveu fugir em frente afirmando falsamente que uma coisa era o seu conhecimento informal do negócio e outra o conhecimento oficial do Estado.

Pedro Lomba

Ler este post de Tomás Belchior.

Vao-se lixar.

Porque o país fede.

Tiago Mendes

Vera Jardim, João Cravinho, António José Seguro e Ana Gomes são apenas quatro dos militantes socialistas que vieram dizer que é necessário esclarecer a participação de José Sócrates no negócio da TVI.

Henrique Monteiro

Sócrates diz que o governo não fez nada. Pois, obrigadinho. Como deu a entender Vera Jardim, o que está em causa não é o governo - no seu todo - mas a actuação em concreto do primeiro-ministro.

Este artigo de Mário Soares é muito triste. É este o pai da nossa democracia? Soares não consegue ser um senador acima da politiquice. Ainda pensa como um mero funcionário do PS. E isso é triste.

Francisco Assis, um homem que tenho em boa conta, ficou com a fava, coitado. Está a defender o indefensável. Como é que este homem digno pode andar a dizer que esta é apenas uma questão "privada"?

Sócrates não percebe uma coisa: isto não é um caso de polícia. É um caso político. Não vale a pena fugir para o segredo de justiça e para escutas anuladas, porque não estamos a falar de justiça, mas de política. Politicamente, Sócrates tem de dar explicações às instituições do país. Aquilo não é "conversas privada". E não se estão a fazer ataques ao carácter do "José". Estão a ser feitos pedidos de explicações a José Sócrates, primeiro-ministro.

José Sócrates é que está a destruir qualquer ideia de estado de direito em Portugal.

É impressão minha, ou Vera Jardim "deixou cair" Sócrates, desligando-o do PS?

Durante um dia, pensei e escrevi como se fosse um assessor Sócrates. Eis o resultado (aviso deste já que, às 11 da manhã, já via duendes ao virar da esquina)