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Há 19 anos, também numa sexta-feira , vi pela primeira vez o Aliens (também numa secção de cinema no canal 1). Andava no sexto ano. Como é óbvio, passou a ser um dos meus filmes de puto. E, milhares de filmes depois, mantenho: Aliens é dos meus filmes preferidos. Estamos falar de um Rio Bravo que se passa no espaço. Aliás, todos os Aliens, os 4 filmes, devem ser vistos como westerns que se passam no espaço. Em vez do deserto do Arizona, há aqui o deserto negro e vazio. Ambos - o deserto amarelo e o deserto negro - criam um espaço narrativo que nos agarra logo. A atmosfera, mesmo antes de aparecerem os maus da fita, transporta-nos logo para a necessária suspension of disbelieve. É assim no Rio Bravo, onde o Dude e Chance estão cercados. Duplamente: cercados pelo meio e pelo gang de bandidos. Esta ideia de duplo cerco - pela natureza e pelo outro (sou tão pedante) - é repetida neste filme de Cameron.
PS: caro Luís, claro que Hawks é melhor do que Cameron. Claro que Hawks é melhor do que Carpenter. Claro que Rio Bravo é melhor do que Aliens. Mas Hawks influenciou Cameron e Carpenter, entre outros. Rio Bravo está em quase toda a obra de Carpenter. Carpenter e Cameron não fizeram uma obra-prima absoluta como Rio Bravo? Não. Mas Rio Bravo influenciou uma geração inteira de cineastas americanos, entre eles Carpenter e Cameron. Era disso que eu falava a respeito de Aliens.
Sim, as metáforas podem ser diferentes, mais ou menos pessimistas. Mas o ritmo narrativo é parecido. Ou melhor, Cameron procurou copiar o ritmo narrativo de Hawks.