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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

14
Set09

O PS tem de comer a ala direita do BE. Ouviu dr. Alegre?

Henrique Raposo

Não deixa de ser extraordinário que perante estes objectivos haja vozes socialistas a defender uma possível coligação com o BE. O PS "social-democrata" (no sentido europeu), moderado e europeísta é um dos pilares do sistema político e económico do nosso país. É fundamental que assim continue. No entanto, o período de instabilidade que se vai iniciar no dia 27, abre velhas questões. Na futura redefinição da esquerda, poderá acontecer uma de duas coisas. Ou o PS divide o Bloco de Esquerda, conquistando a sua ala mais progressista. Ou o Bloco de Esquerda divide o Partido Socialista, aliciando os seus sectores utópicos. Para bem da democracia nacional, espera-se que triunfe a primeira. Se os "pais" da democracia portuguesa e fundadores do Partido Socialista quiserem ajudar, mais uma vez, o país, tudo farão para que isso aconteça. Em períodos de instabilidade, não entender o essencial é um luxo que se pagará muito caro.

 

João Marques de Almeida

14
Set09

"Bloco central" já existe. É o chamado "arco da governabilidade"

Henrique Raposo

Não há um debate aprofundado sobre o papel do Estado na economia. As ‘golden shares' são benéficas ou prejudiciais ao crescimento económico? Quais são as reformas necessárias para aumentar os investimentos externos na economia? Quais são as reformas estruturais que a educação e a investigação cientifica precisam? Como é que um Estado cheio de dívidas irá manter a segurança social e os serviços sociais em 2020? São apenas alguns exemplos, mas nada disto é discutido. Só se fala do passado. Os nossos partidos não estão, neste momento, preparados para rupturas e para reformas profundas. Ou seja, nos planos das ideias e das propostas, o bloco central já ganhou as eleições.


João Marques de Almeida

14
Set09

Ai, os poetas

Henrique Raposo

O primeiro--ministro não estava à vontade nem ao falar de poesia nem dos "seus poetas" – aos quais "recorre com alguma frequência", a acreditar na sua palavra. Uma canção dos anos setenta perguntava muito simplesmente "pode alguém ser quem não é?" a este e outros propósitos. Ninguém pede a um candidato a primeiro--ministro que cite os mestres e tenha biblioteca. Pede-se-lhe, antes, que tenha mundo. O deslumbramento é mau caminho, sobretudo se soa a falso e é encenado com defeitos.


Francisco José Viegas

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