Ler A Sombra de Bush, de Rui Passos Rocha
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Ler A Sombra de Bush, de Rui Passos Rocha
... a retórica política de Saramago está muito próxima da retórica política fascista.
Pedro Picoito.
Eu adorava ser de esquerda. Tentei mas não consegui. Porque vejam bem: quando ganha, a esquerda ganha mesmo, mas quando perde, a esquerda ganha na mesma. Quando perde, a esquerda começa a dizer que "há sinais preocupantes por todo o lado". Quando perde, a esquerda vê perigo em todo o lado, porque só a esquerda pode manter os perigos longe da porta. Não reconhece à direita a legitimidade para ganhar. A vitória da direita não é vista como um normal mudar de tom dentro da democracia e da Europa. A vitória da direita é vista como uma ameaça à democracia e à Europa. Logo, na cabeça da esquerda, a esquerda ganha sempre, mesmo quando perde. E eu, como não gosto de perder, gostava de ser de esquerda. Tentei, mas não consegui. Azar o meu.
Muitas pessoas perguntam: "por que razão escreves tão pouco sobre Louçã?". Bom, a resposta é esta: eu estudo política, e, portanto, não lido bem com casos psiquiátricos. Louçã é um objecto de estudo para um psiquiatra e não para um cientista político. A sério.
A entrevista de Louçã ao i é de quem não vive neste mundo. Louçã vive no seu próprio ego de aristocrata convertido à revolução. Junta o pior da aristocracia com o pior do esquerdismo. Tenho a impressão de que Louçã acha que vai ser Primeiro Ministro, dado que acha que o PS vai ser forçado a seguir a agenda do PSR, perdão, BE. Ele acha mesmo que é o PS que tem de seguir o populismo do BE, e não o contrário. Ou seja, não acha que o BE tem de ter uma mensagem mais realista para se aproximar do PS. Ele acha que o PS vai ter de beijar a mão ao PSR, perdão, BE. Lindo. Louçã é uma personagem literária.
João Cardoso Rosas precisa de estar mais atento à realidade portuguesa. Ao dizer que o PSD é "neoliberal", Rosas está a inventar um boneco de palha absurdo; e este absurdo, depois, serve para Rosas justiticar os seus preconceitos: "a direita", diz, "não merece a confiança dos portugueses". Pois, quem, de facto, merece confiança são aqueles que substituem o pensamento por clichés-que-tudo-explicam-e-justiticam como o tal "neoliberal".
Henrique Burnay
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