Quotas para mulheres na política?
1. Em primeiro lugar, há que limpar a mesa. Os defensores das quotas, os mais agressivos e agressivas, têm a mania de insinuar que os críticos das quotas são "machistas". E, aliás, este debate é dominado pelo medo que as pessoas têm de ser apelidas de "machistas" (ou de "parvas", quando se trata de mulheres que criticam, e bem, as quotas). É um pouco como noutros debates. Se criticas o islamismo, és "racista". Se criticas o rendimento mínimo, és "insensível". São ainda os efeitos do velho esquema do Comintern: se criticas o comunismo, és "fascista".
2. As quotas diluem o mérito dos indivíduos; ou seja, as mulheres realmente capazes e competentes não precisam de quotas. Com um sistema de quotas, o valor individual das mulheres vai diluir-se na tal "igualdade" entre géneros.
3. Mais mulheres na política? Isso não se resolve com quotas. E, em primeiro lugar, há que perguntar uma coisa: por que razão há mais homens a falar de política? Basta olhar para os blogues. Isto não é necessariamente mau. Se as mulheres preferem falar de livros, cinema, etc., por que razão isso será mau? Eu acho isso óptimo. Livros e cinema são melhores temas do que política. Em segundo lugar, podem colocar as quotas que quiserem, porque nada será feito enquanto a família não ajudar a mulher/deputada. Se o marido da mulher não a apoiar lá em casa (tratando da famíla, etc.), nada feito. isto é uma questão de cultura, de respeito, ou seja, é uma questão que não se resolve com medidas políticas. É uma questão que se resolve dentro das quatro paredes de cada casal.
Neste aspecto, é visível uma das manias da política moderna: a ideia de que o Estado, através da lei, tudo resolve. Há coisas que não são políticas. Esta é uma delas. Há questões que são do nível pré-político. Não têm resolução política imediata e por decreto. Têm resolução “social” e lenta. Mais: podem não ter resolução, pois podem muito bem não ser problemas reais, mas sim ficções destinadas a preencher agendas políticas.