Cravos
Ontem, no fim do Roda Livre (TVI24), Henrique Garcia perguntou-me inesperadamente se estaria disposto a pôr na lapela o cravo do 25 de Abril.
Respondi-lhe que já uma vez andara com cravos, embora não na lapela: tinha 11 anos e era a festa do Primeiro de Maio de 1974. Lembro-me bem desse dia, dos cravos, dos V da vitória – lembro-me do meu pai, com uma solenidade inesperada nele, a explicar-me que eu ia fazer parte da primeira geração de portugueses, em muitas décadas, a crescer sem censura e sem polícia política.
Os cravos desse dia -- sim. Mas os que agora vejo nos punhos dos saudosistas do PREC – não.