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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

30
Mar09

A morte lenta de um regime

Henrique Raposo

 

 

1. [...] A primeira morte é económica. O modelo socialista/social-democrata/democrata-cristão, centrado na caridade do Estado e na subalternização do indivíduo, está falido, e brinda-nos com recessões de quatro em quatro anos. Basta ler "O Dever da Verdade" (Dom Quixote), de Medina Carreira e Ricardo Costa, para percebermos que o nosso Estado é, na verdade, a nossa forca. Através das prestações sociais e das despesas com pessoal, o Estado consome aquilo que a sociedade produz. Estas despesas, alimentadas pela teatralidade dos 'direitos adquiridos', estão a afundar Portugal. Eu sei que esta verdade é um sapo ideológico que a maioria dos portugueses recusa engolir. Mas, mais cedo ou mais tarde, o país vai perceber que os 'direitos adquiridos' constituem um terço dos pregos do caixão da III República [...]

da crónica "O regime que morreu três vezes".

 

2. As pessoas não gostam de Medina Carreira. Mas, na verdade, as pessoas não gostam é da realidade. Ele só aponta para a realidade. Ele só aponta para factos que ninguém quer ver. E é fascinante ver o "denial" das pessoas perante os factos.

AJP Taylor dizia que as pessoas, quando criticavam Bismarck, o realista, estavam, na verdade, a criticar a realidade. 

 

30
Mar09

O "G" que manda: o G2 (China e EUA)

Henrique Raposo
30
Mar09

"O Mundo não vai virar à esquerda"

Henrique Raposo

[...] O "fim do neoliberalismo" é um chavão fácil, com fins ideológicos; não é uma explicação da realidade. Pretende-se utilizar o fracasso de um sistema financeiro mal regulado para atacar a economia de mercado. É bem mais difícil construir uma alternativa que garante a prosperidade económica e a justiça social da maioria dos cidadãos. A correcção e a reforma da economia de mercado são dois dos grandes desafios do início do século XXI. Outro é o modo como se lida com a globalização. Esta crise marca também o reforço do poder do mundo não-ocidental, especialmente da Ásia. Esta transformação global vai afectar, irremediavelmente, o modelo económico e social do capitalismo ocidental e europeu. Os partidos políticos, à esquerda e à direita, devem encontrar respostas para estas questões. Quem o fizer passará, nos próximos anos, mais tempo no governo. Até agora, ainda não vi algum sinal que indique que a esquerda está melhor preparada para o fazer [...]

 

João Marques de Almeida, Diário Económico

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