Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

28
Mar09

Islão, esse sítio porreiro para as mulheres

Henrique Raposo

https://1.bp.blogspot.com/_bTzq4OE7Iso/SPaiw6GbfiI/AAAAAAAAARY/CtsAU28kJ-U/s320/desonrada.jpg

 

Em "Desonrada" (Livros do Brasil), a paquistanesa Mukhtar Mai conta a sua história sinistra. Na aldeia, começou a circular o seguinte boato: o irmão mais novo de Mai terá namoriscado, sem permissão, uma rapariga do clã superior. Em resposta, o tribunal da aldeia decretou que, para compensar o crime do irmão, Mai deveria ser violada pelos homens do clã superior. E assim foi.

Convém ter em atenção que esta misoginia bárbara não atinge apenas os cantos mais obscuros do Islão. Junto do chamado 'Islão moderado' também encontramos casos semelhantes. Em "Despedaçada" (Campo das Letras), a franco-marroquina Touria Tiouli descreve como foi presa por ter sido violada no Dubai. É isso mesmo, cara leitora: Tiouli foi violada por três gandulos, e as autoridades, em vez de perseguirem os violadores, acusaram Tiouli de "relações sexuais fora do casamento", um crime gravíssimo no moderníssimo Dubai. A vida das mulheres muçulmanas é, de facto, um "monte de sarilhos".

 

 

http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsI8xBp%2F033q5Xpv56y8baM5EOFvmnW9osP3bPpsuFSNC&width=150

 

 

Daqui

28
Mar09

De Sponville a Fonseca

Henrique Raposo

https://www.bertrand.pt/fotos/produtos/9789896252205_1229690099.jpg

 

 

 

 

Em "O Capitalismo Será Moral?" (Editorial Inquérito), André Comte-Sponville diferenciou três ordens de pensamento: a ordem do possível, a ordem da legalidade e a ordem da moral. Usando esta grelha do filósofo francês, percebemos melhor o encanto seco de Rubem Fonseca. No livro de contos "Ela e Outras Mulheres" (Campo das Letras), este escritor brasileiro descreve os homens e as mulheres apenas no campo da possibilidade. Um homem pode ser torturado por dois homens? Sim, é possível. Então, Rubem Fonseca descreve este acto (e outros muito piores...) com uma frieza glaciar. Fonseca descreve actos horrendos, mas nunca adjectiva esses actos, ou seja, nunca entra na ordem moral e na ordem legal.

Os códigos legais e morais - os factores que distinguem o universo humano do universo animal - são aqui abolidos. É esta amoralidade não-humana que transforma Rubem Fonseca num autor fascinante. E reparem numa coisa: Fonseca está no campo da amoralidade e não da imoralidade. Fonseca assume-se como uma câmara que vai filmando o horror como se não soubesse o que é o horror. Fonseca é um extraterrestre que descreve actos humanos sem o conhecimento dos códigos que permitem julgar esses mesmos actos.

A escrita de Fonseca é um notável mundo sem adjectivos.

 

daqui

 

 

 

http://www.livrariaminho.pt/imgLivros/105376.jpg

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

  •  
  • Henrique Raposo:

  •  
  • Rui Ramos:

  •  
  • Notícias

  •  
  • Revistas

  •  
  • Blogs

  •  
  • Arquivo

    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2013
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2012
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2011
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2010
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2009
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D