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Clube das Repúblicas Mortas

Clube das Repúblicas Mortas

31
Mar09

Fetiche por secundários

Henrique Raposo

 

 

Tenho um fetiche por secundários. Em conversas cinéfilas, gosto de esmagar a malta com a minha sapiência sobre actores secundários. Lembram-se de quem fez de "Sollozzo" no "Padrinho"? Ah, Ali Lettieri, que, no mesmo ano (1972), fez de bad guy no "Getaway". Dois bad guys lendários no mesmo mesmo ano é dose. Naturalmente, Lettieri nunca mais fez nada de jeito. Apanhou overdose de maldade. Quando fizer o meu primeiro filme, o dito será o primeiro a ter apenas actores secundários. Será a primeira obra-prima sem actor principal. Uma espécie de orquestra sem maestro e só com tambores. Violino é sobrestimado.
Um exemplo, mais um, da minha loucura secundária: eu sou, com toda a certeza, o único sujeito que é fã de William Fichtner. Quem é Fichtner, pergunta você? Ora, um elemento fundamental na história recente do cinema. Fichtner entrou no melhor e no pior filme dos anos 90, "Heat" e "Armageddon", respectivamente. Um tipo com esta amplitude térmica tem qualquer coisa.

 


 

 

31
Mar09

A escadinha autoritária (ou cuidado com a pressa em resolver a crise)

Henrique Raposo

A crónica do "Expresso":

 

1. (...) Ora, esta incapacidade para encaixar a incerteza em relação ao futuro foi sempre o primeiro degrau da escadaria autoritária. O fascismo e o comunismo não nasceram do coração de alguns homens maus. Isso é uma 'estória' de embalar sem correlação com a História. As forças autoritárias do século passado nasceram, isso sim, do coração de milhões de homens normais que não suportaram a angústia da escolha numa época de crise. Fascistas e comunistas prometeram a estes homens um futuro previsível que os libertava do fardo da escolha.

A ânsia que marca o ar do nosso tempo comprova - mais uma vez - que existirão sempre pessoas sem estômago para suportar a incerteza provocada pelo acto de escolher. A besta nasce desta revolta contra a angústia que acompanha o livre arbítrio.

 

30
Mar09

A morte lenta de um regime

Henrique Raposo

 

 

1. [...] A primeira morte é económica. O modelo socialista/social-democrata/democrata-cristão, centrado na caridade do Estado e na subalternização do indivíduo, está falido, e brinda-nos com recessões de quatro em quatro anos. Basta ler "O Dever da Verdade" (Dom Quixote), de Medina Carreira e Ricardo Costa, para percebermos que o nosso Estado é, na verdade, a nossa forca. Através das prestações sociais e das despesas com pessoal, o Estado consome aquilo que a sociedade produz. Estas despesas, alimentadas pela teatralidade dos 'direitos adquiridos', estão a afundar Portugal. Eu sei que esta verdade é um sapo ideológico que a maioria dos portugueses recusa engolir. Mas, mais cedo ou mais tarde, o país vai perceber que os 'direitos adquiridos' constituem um terço dos pregos do caixão da III República [...]

da crónica "O regime que morreu três vezes".

 

2. As pessoas não gostam de Medina Carreira. Mas, na verdade, as pessoas não gostam é da realidade. Ele só aponta para a realidade. Ele só aponta para factos que ninguém quer ver. E é fascinante ver o "denial" das pessoas perante os factos.

AJP Taylor dizia que as pessoas, quando criticavam Bismarck, o realista, estavam, na verdade, a criticar a realidade. 

 

30
Mar09

O "G" que manda: o G2 (China e EUA)

Henrique Raposo
30
Mar09

"O Mundo não vai virar à esquerda"

Henrique Raposo

[...] O "fim do neoliberalismo" é um chavão fácil, com fins ideológicos; não é uma explicação da realidade. Pretende-se utilizar o fracasso de um sistema financeiro mal regulado para atacar a economia de mercado. É bem mais difícil construir uma alternativa que garante a prosperidade económica e a justiça social da maioria dos cidadãos. A correcção e a reforma da economia de mercado são dois dos grandes desafios do início do século XXI. Outro é o modo como se lida com a globalização. Esta crise marca também o reforço do poder do mundo não-ocidental, especialmente da Ásia. Esta transformação global vai afectar, irremediavelmente, o modelo económico e social do capitalismo ocidental e europeu. Os partidos políticos, à esquerda e à direita, devem encontrar respostas para estas questões. Quem o fizer passará, nos próximos anos, mais tempo no governo. Até agora, ainda não vi algum sinal que indique que a esquerda está melhor preparada para o fazer [...]

 

João Marques de Almeida, Diário Económico

29
Mar09

A Espanha é fixe

Henrique Raposo

Portugal tem uma relação irracional com Espanha. Ou melhor, tem uma percepção irracional do vizinho castelhano. Temos a 8ª ou 9ª economia do mundo ao nosso lado, e estamos com complexos tontos? Os espanhóis entram muito em Portugal, dizem. E depois? Quem que dera que entrassem mais.


Um dos factores que explica o sucesso da Europa "rica" é este: ao longo dos séculos, aqueles países (Holanda, Bélgica, Alemanha, França, UK, Suécia, Boémia, etc.) puxaram uns pelos outros; o sucesso de um puxava pelo sucesso dos outros, numa espécie de contágio económico que acontecia à margem das rivalidades políticas. Nós, aqui na finisterra, nunca tivemos isso. A Espanha nunca puxou por nós, nem nós por Espanha. Hoje, o facto de a Espanha ser uma das maiores economias mundiais deveria ser um factor de alegria para os portugueses. Finalmente temos a nossa Holanda. De cada vez que fazemos "proteccionismo" contra a Espanha - seja ao nível do mercado de energia, seja ao nível do "não compro fruto espanhola" - estamos a contribuir para o nosso atraso. 

29
Mar09

Arvore dos Estapafúrdios

Henrique Raposo

Toda a gente tem soluções estapafúrdias para o país. O BE quer sair da NATO. O PCP quer sair do mundo, à moda de Salazar. O pai do SNS quer impor um imposto, mais um, só para o SNS (o país tem de alimentar o sonho ideológico do senhor;  o país inteiro existe para sustentar o brinquedo do senhor).

Eu também quero brincar a este jogo. Para começar, acho que devemos vender Portugal aos EUA. Portugal passaria a ser assim o 51.º Estado da União; a nossa capital passaria a ser a Base das Lajes. Depois, poderíamos vender a Madeira aos refugiados palestinianos. Mais: consta que a Al-Qaeda quer recuperar o "Andalus". Pois muito bem: podemos fazer uns trocos vendendo o Alentejo e o Algarve a Bin Laden.
E, já agora, antes de vender isto tudo, poderíamos contratar os Taliban para remodelar Lisboa. Tal como destruíram aqueles budas gigantes, os Taliban poderiam destruir o Cristo-Rei, a coisa mais feia deste hemisfério.

28
Mar09

Islão, esse sítio porreiro para as mulheres

Henrique Raposo

https://1.bp.blogspot.com/_bTzq4OE7Iso/SPaiw6GbfiI/AAAAAAAAARY/CtsAU28kJ-U/s320/desonrada.jpg

 

Em "Desonrada" (Livros do Brasil), a paquistanesa Mukhtar Mai conta a sua história sinistra. Na aldeia, começou a circular o seguinte boato: o irmão mais novo de Mai terá namoriscado, sem permissão, uma rapariga do clã superior. Em resposta, o tribunal da aldeia decretou que, para compensar o crime do irmão, Mai deveria ser violada pelos homens do clã superior. E assim foi.

Convém ter em atenção que esta misoginia bárbara não atinge apenas os cantos mais obscuros do Islão. Junto do chamado 'Islão moderado' também encontramos casos semelhantes. Em "Despedaçada" (Campo das Letras), a franco-marroquina Touria Tiouli descreve como foi presa por ter sido violada no Dubai. É isso mesmo, cara leitora: Tiouli foi violada por três gandulos, e as autoridades, em vez de perseguirem os violadores, acusaram Tiouli de "relações sexuais fora do casamento", um crime gravíssimo no moderníssimo Dubai. A vida das mulheres muçulmanas é, de facto, um "monte de sarilhos".

 

 

http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsI8xBp%2F033q5Xpv56y8baM5EOFvmnW9osP3bPpsuFSNC&width=150

 

 

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