Fetiche por secundários
Tenho um fetiche por secundários. Em conversas cinéfilas, gosto de esmagar a malta com a minha sapiência sobre actores secundários. Lembram-se de quem fez de "Sollozzo" no "Padrinho"? Ah, Ali Lettieri, que, no mesmo ano (1972), fez de bad guy no "Getaway". Dois bad guys lendários no mesmo mesmo ano é dose. Naturalmente, Lettieri nunca mais fez nada de jeito. Apanhou overdose de maldade. Quando fizer o meu primeiro filme, o dito será o primeiro a ter apenas actores secundários. Será a primeira obra-prima sem actor principal. Uma espécie de orquestra sem maestro e só com tambores. Violino é sobrestimado.
Um exemplo, mais um, da minha loucura secundária: eu sou, com toda a certeza, o único sujeito que é fã de William Fichtner. Quem é Fichtner, pergunta você? Ora, um elemento fundamental na história recente do cinema. Fichtner entrou no melhor e no pior filme dos anos 90, "Heat" e "Armageddon", respectivamente. Um tipo com esta amplitude térmica tem qualquer coisa.