30
Jul13
O racismo cor-de-rosa
Henrique Raposo
"(...) Este episódio da Quinta da Fonte mostra como jornalistas, políticos e comentadores têm medo de falar sobre as 'minorias'. É natural: aqueles que ousam criticar as ditas costumam ser rotulados de 'racistas' pelas patrulhas do SOS Racismo e demais bugigangas do politicamente correcto. Esta vulgata multiculturalista determina que o racismo é um monopólio do homem branco. O 'outro' (os negros, os ciganos, etc.) só pode ser uma vítima do racismo branco (...) os multiculturalistas ficam caladinhos quando surgem factos que comprovam a existência de racismo nas minorias étnicas. E este silêncio revela um pensamento racista. É isso mesmo: o politicamente correcto é um racismo cor-de-rosa. Isto porque os negros e os ciganos são tratados como crianças em ponto grande; crianças que nunca são responsabilizadas pelos seus actos. Balas esvoaçaram no meio da rua, mas a culpa é da Câmara de Loures. Este paternalismo que infantiliza o 'outro' só pode ser descrito com uma palavra: racismo. O politicamente correcto veste uma fatiota cor-de-rosa, mas não deixa de ser racista.
A 'comunidade' não puxa gatilhos. Até prova em contrário, apenas os indivíduos conseguem disparar uma arma. E aqueles "cowboys" da Quinta da Fonte têm de ser julgados; não podem ser desculpabilizados com base na cor da pele. Até porque a maioria das pessoas daquele bairro é gente decente que não merece ser confundida com criminosos. Meus caros, defender a tolerância implica tratar as pessoas como indivíduos - passíveis de serem responsabilizados - e não como índios a viver na impunidade de uma reserva cultural.