O camião de cinza de Julian Barnes
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Mas o pior nem sequer é esta culpa. O pior nunca é atirar cinza sobre os outros. O pior é perceber que, afinal, não vivemos num jardinzinho, mas numa paisagem lunar. O pior é perceber que lançámos cinza sobre nós próprios. É isso que o nosso narrador descobre. Tony Webster nunca conseguiu perceber os sinais de Veronica e, sobretudo, da mãe de Veronica. Resultado desta miopia no tacto e no trato? O nosso homem fez a escolha errada, abriu a porta errada, virou à esquerda quando tinha tudo para seguir em frente. Webster, no fundo, percebe que está a viver no futuro errado. E isso é tramado. É como ver chegar um camião cheio de cinza. É ver esse camião a despejar a sua carga lunar sobre o nosso jardinzito.
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